As Feiras Novas realizam-se em Ponte de Lima desde 1826 durante três dias consecutivos, que surgem após um pedido da população limiana à autoridade régia, para se realizar a feira em simultâneo com os festejos a Nossa Senhora das Dores.
Com esta solicitação pretendiam conservar o culto a Nossa Senhora das Dores e porque "das ditas feiras resultava vantagem pela prontidão de comprar e vender os percisos para o uso doméstico", foi concedida autorização por provisão do rei D. Pedro IV para anualmente se realizar em concomitância com as festividades de Nossa Senhora das Dores a "feira de todos os géneros, mercadorias e gados na sobredita villa e no local que designarem" [1]. Ficaram, assim, instituídas as Feiras Novas em oposição às Feiras Velhas concedidas por foral da rainha D. Teresa, em 1125.
Assente em valores religiosos, e tendo como pano de fundo a feira no areal, a festa é também de foro profano.
Se a noite serve para dançar e cantar ao som das concertinas e das desgarradas, e admirar o majestoso fogo-de-artifício que encantam forasteiros e moradores, o dia é indicado para feirar, para assistir aos concertos e disputas entre bandas filarmónicas, ao concurso pecuário e corridas dos garranos, aos bombos, Zés-Pereiras e Gigantones, assim como aos cortejos etnográfico e histórico, aos grupos folclóricos e à procissão em honra de Nossa Senhora das Dores.
[1] AMPL- Arquivo Municipal de Ponte de Lima, Livro de registo geral, "Provisão de D. Pedro IV pela qual autoriza a realização de três dias de feira por ocasião das festividades de Nossa Senhora das Dores" 1819-1829, fls. 138v-139. Cota 2.1.4.cx.7-2
